Salada e baião de dois estão chegando à mesa mais caros
A escassez de chuvas no Estado influenciou os preços das frutas, hortaliças e grãos comercializados na Central de Abastecimento do Ceará S/A (Ceasa-CE), impactando diretamente no prato do cearense. No comparativo mensal (outubro-setembro/2012) os grandes vilões foram a farinha d´água e o feijão macassar, que aumentaram 37,8% e 12,3%, respectivamente. Dentre as hortaliças, a vagem teve a maior elevação, de 26%. Já na lista de frutas, as maiores variações ocorreram com o coco verde (17,7%), o limão (14,8%) e o maracujá (10,4%).De acordo com o chefe da Divisão de Informação do órgão, Odálio Girão, a produção reduzida da mandioca no Estado, causada pelo fator climático, ocasionou a vinda da farinha dos estados do Pará e Maranhão para abastecer o mercado local, encarecendo os preços.
O mesmo, segundo Girão, ocorreu com o feijão macassar, que está sendo trazido da Bahia e de Goiás, devido à pequena produção cearense.
Frutas
Em relação às frutas, Girão explica que o coco verde também teve a safra reduzida. No caso do limão, ele afirma que o baixo desempenho na produtividade das plantações do Vale do Jaguaribe reduziu a oferta, fazendo com que o cearense buscasse o produto em outros mercados, como Paraíba e Pernambuco. O maracujá, por sua vez, também teve a produção da Ibiapaba afetada pela estiagem.
Para contrabalançar a alta, o preço de melão despencou. O tipo japonês teve baixa de 22%, enquanto o melão amarelo ficou 14,7% mais barato.
Outros destaques de queda no comparativo mensal desse período, que irão baratear a salada dos cearenses, são a cenoura e a cebola pera, as quais apresentaram retração de 19,2% e 18%, respectivamente.
Boa safra
Conforme Odálio Girão, as reduções se devem à boa safra de cenoura em Minas Gerais, que abasteceu o mercado local, e ao aumento da produção de cebola em Pernambuco, que fornece o produto ao Ceará.
Irrigação
No caso do melão, ele explica que o produto de irrigação forte teve uma boa colheita na região, sendo suficiente para abastecer o mercado regional e ainda alimentar outros estados.
Redução
19,2% foi a queda no preço da cenoura, resultante da boa safra do produto em Minas Gerais, abastecendo o mercado local
Chuchu foi o principal ´vilão´ no bimestre
Comparando a média de preço dos produtos comercializados na Ceasa-CE nos bimestres julho-agosto a setembro-outubro de 2012, o chuchu foi o principal algoz dentre as altas experimentadas conforme levantamento do órgão, com alta de 165,2%. A salada também foi afetada pela elevação nos preços do pepino (72,2%), da vagem (50,4%) e do pimentão (47,7%).
Embora com variação menor, o que mais impactou para o consumidor local foi o aumento de 26,7% no preço do feijão verde que, igual ao macassar, é ingrediente indispensável a preparação do cardápio principal na mesa do cearense: o "baião de dois". No mesmo período o macassar teve alta de 19,59%.
Outras altas
Também sofreram elevação de preços a cebola roxa (57,4%), a batata doce (31,8%) e a batatinha inglesa (28,9%). "A cebola roxa teve pouca produção, reduzindo a entrada do produto no mercado. A falta de chuvas fez com que a batata doce fosse trazida de Alagoas. Já a batata inglesa, de largo consumo, está em período de entressafra na Bahia, que abastece o nosso mercado", justifica Odálio Girão. Na cesta de frutas, a escassez de chuvas provocou a alta de 35% no preço do quilo do maracujá, que precisou vir da Bahia. O coco verde e o limão também confirmaram a elevação verificada no comparativo mensal, acumulando alta de 12,3% e 14,7%, nessa mesma ordem. Já o preço do melão japonês despencou 38,15%, com a boa colheita. (AC)
ÂNGELA CAVALCANTE
REPÓRTER
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