sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Inadimplência cresce e perda de safra chega a quase 100%

A inadimplência explodiu no comércio varejista e a perda de safra e rebanho atingiu índices quase totais nas cidades que primeiro decretaram estado de emergência no Ceará por conta do árido panorama climático. Ao invés de melhorar, a situação de Tauá, Quixeramobim, Madalena e Choró piorou nos últimos sete meses. O momento continua de preocupação e angústia para muitos.No comércio de Tauá, houve queda de 70% nas vendas no setor de móveis e eletrodomésticos, por exemplo. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Tauá, Jefferson Cidrão Macilon, registra que, além disso, a taxa de inadimplência que estaria, em tempos pré-seca, rondando os 4% atinge agora 20%. “O que ainda segurou as vendas foi o crédito, mas agora ele chegou ao limite”, completa.Diante de um comércio esfriando, as demissões se ampliam. Estabelecimentos comerciais da área chegaram a demitir metade de seu corpo de funcionários. Para ele, o dinheiro que chega na cidade ainda é insuficiente para manter o comércio ativo.O assentamento Alegre, em Quixeramobim, viu 98% de sua plantação não vingar diante da secura. Lá, eles cultivavam feijão, milho, mamona, por exemplo. “Tinha um projeto de cerca de mil pés de banana que também se perderam”, destaca a agricultora Sueli Paz, coordenadora de Mulheres do Sertão Central da Federação dos Trabalhadores(as) na Agricultura do Estado (Fetraece).“Na verdade, nós estamos voltando para um estado de pobreza. Tínhamos passado a um equilíbrio, mas estamos retornando”, afirma o prefeito de Madalena, Wilson de Pinho (PMDB). A água está “desaparecendo” na cidade. O açude Umari, inaugurado ano passado e com capacidade para 35 milhões de m³ de água, está, segundo ele, com apenas quatro milhões de m³. Por isso, o rebanho diminuiu. Criadores de gado tiveram de vender as reses abaixo do preço ou as viram morrer de sede.(Jornal o Povo).







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