quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Mortalidade materna cai em 27,6% no Ceará


No Ceará, assim como em boa parte do País, muito ainda falta ser feito para melhorar a atenção à saúde da mulher no pré-natal e no momento do parto. Contudo, o Estado já comemora a redução de 27,6% na mortalidade infantil no período de 1998 a 2011. "Com isso, estamos também seguindo uma tendência nacional", explicou, ontem, o obstetra Mariano Freitas, coordenador da assessoria do Desenvolvimento Institucional da Secretaria da Saúde (Sesa) e presidente do Comitê Morte Materna.De acordo com o coordenador da assessoria do Desenvolvimento Institucional da Sesa, o obstetra Mariano Freitas, é praticamente um consenso que a grávida deve ir ao médico, pelo menos, sete vezes durante a gestação Foto: Marília Camelo
Ainda no período, o número de mulheres que morrem de complicações durante a gravidez e no parto no Ceará caiu de 93,7 para 67,8 óbitos a cada grupo de 100 mil nascidas vivas. "Essa queda é relevante porque diminuir o índice de mortalidade materna de forma significativa é realmente difícil", acrescentou Mariano Freitas, lembrando que os números traduzem conquistas e melhorias na assistência prestada à gestante e à parturiente, incluindo o pré-natal.
Segundo ele, é praticamente consensual na Medicina que a grávida deve ser vista, pelo menos, sete vezes pelo médico ao longo da gestação. "Isso para prevenir ou garantir o acompanhamento de doenças recorrentes", frisou. Citou as doenças crônicas, renais, diabetes e a pressão alta, entre outras.
Conforme o estudo da Sesa, o maior risco de óbito ainda hoje registra-se na população acima de 30 anos, com destaque para as mulheres entre 45 e 49 anos (319,6 óbitos por 100 mil nascidas vivas). O médico lembra que, nessa fase da vida, as doenças ocorrem com maior frequência, podendo colocar em risco a gestação e a parturiente.
"Numa mulher mais jovem, a recuperação do organismo acontece com mais facilidade e rapidez. Na faixa etária mais elevada, uma hemorragia pode trazer grande complicação", disse ele, chamando a atenção também para a importância do pré-natal como um momento no qual mulher pode tirar suas dúvidas até mesmo sobre os cuidados a serem adotados na gestação e com o futuro recém-nascido.
Por sua vez, o secretário da Saúde do Estado, Arruda Bastos, anuncia sua expectativa de novos avanços na queda dos índices de mortalidade materna, graças a um conjunto de ações e estratégias na atenção à saúde da mulher. Destaca o "Pacto pela redução da mortalidade materna e neonatal", lançado 2004, e o programa Rede Cegonha, implementado pelo Ministério da Saúde em 2011 no Ceará.
Recursos
A Rede Cegonha vem repassando, desde o mês de junho passado, recursos mensais da ordem de R$ 900 mil para unidades hospitalares, como o César Cals, a Maternidade Escola Assis Chateaubriand, o Hospital Geral de Fortaleza e a Santa Casa de Sobral, para serem aplicados em pessoal e em equipamentos com o objetivo de melhorar o atendimento prestado à mulher, esclareceu Mariano de Freitas.
"Além disso, no Estado, temos 32 hospitais polos, de médio risco para pacientes de Interior e que são aptos a atender cirurgias obstetras", disse, adiantando que a Capital conta com centros de atenção ao parto.
Quanto ao Hospital da Mulher, inaugurado neste ano pela Prefeitura de Fortaleza, reconhece que prestará um grande serviço na redução da mortalidade materna. "Mas não houve tempo ainda para isso ser auferido. No futuro, certamente, será identificado", explicou, acrescentando que, em âmbito estadual, irá reforçar o atendimento obstétrico o Hospital Regional Norte de Sobral, prestes a ser inaugurado pelo governo do Estado.

MOZARLY ALMEIDA
REPÓRTER

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