quinta-feira, 29 de março de 2012

Ceará possui a maior taxa de crianças na pré-escola do País

O Estado do Ceará tem a maior taxa de atendimento às crianças de 4 a 5 anos na escola. Cerca de 92,2% das pessoas inseridas nesta faixa etária estão matriculadas na rede escolar dos municípios e do Estado. O levantamento foi realizado pelo Movimento Todos pela Educação, com dados do Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
Nos últimos dez anos, a taxa de atendimento das crianças de 4 e 5 anos na escola cresceu 55,8% no País, porém mais de 1,1 milhão de crianças nesta faixa etária ainda não frequenta a escola.
 
Entre os estados, apenas o Ceará e o Rio Grande do Norte têm taxas de atendimento na pré-escola superiores a 90%. Rondônia e o Rio Grande do Sul têm menos de 60% das crianças de 4 e 5 anos matriculadas, 57,1% e 58,6%, respectivamente. No total, 14 unidades da Federação têm índices de atendimento inferiores à média nacional.

Desafio
Em 2000, pouco mais da metade (51,4%) da população nessa faixa etária tinha acesso à educação, patamar que chegou a 80,1% em 2010. O desafio do país é incluir o contingente de alunos que ainda não frequenta às salas de aula nas redes de ensino até 2016.
Uma emenda constitucional aprovada em 2009 estabelece que a pré-escola é etapa obrigatória no País, assim como o ensino médio. Até então, a matrícula era compulsória apenas no ensino fundamental (dos 6 aos 14 anos). Isso significa que no prazo de quatro anos as redes municipais terão que oferecer vagas nas escolas a todas as crianças entre 4 e 5 anos – e os pais terão de matriculá-las.
Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, o crescimento da pré-escola na última década é uma conquista importante e indica que o país tem dado mais atenção à educação infantil.
“Na última década, houve um aprofundamento e uma proliferação de estudos que comprovaram o impacto da educação infantil no futuro da criança. É um investimento muito rentável do ponto de vista cognitivo, do desenvolvimento social e econômico. Quanto mais cedo a criança entra na escola, maior é o retorno daquele investimento. Esses estudos tiveram espaço nas políticas públicas”, acredita Priscila.
Fatores culturais
O baixo atendimento no início da década estava ligado, inclusive, a fatores culturais: muitas famílias não consideravam importante mandar os filhos para a escola antes do ensino fundamental, já que a pré-escola era vista apenas como um espaço para a criança brincar. Apesar dos avanços, Priscila avalia que o esforço das redes municipais para incluir 1,1 milhão de crianças terá que ser maior.
“Elas são justamente as crianças mais difíceis de serem incluídas. São aquelas que vivem em local de mais difícil acesso, ou tem alguma deficiência, ou não podem ir para a escola porque são hospitalizadas, ou seja, aquelas que vivem algum tipo de vulnerabilidade”.

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