Defensor da Lei da Ficha Limpa, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) manifestou em
Plenário, durante o processo de votação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da
validade da norma (LC 135/10), a convicção de que, com sua aprovação, o país
inaugurará uma nova fase
- É um momento emocionante para mim. Essa caminhada valeu
para mim. A Justiça brasileira não vai ser mais a mesma. Uma digna decisão do
Supremo que merece o respeito do Brasil - afirmou.
Naquele momento a votação estava em 3 a 1, faltando ainda o
voto de 7 ministros. A sessão foi posteriormente suspensa pelo presidente do
STF, Cezar Peluso, quando o placar estava 4 a 1 em favor da Ficha Limpa.
- Com a decisão tomada dias atrás respaldando o Conselho
Nacional de Justiça e com a decisão de hoje - está em 3 a 1 -respaldando uma lei
que veio da sociedade, uma lei que teve 1, 3 milhão de assinaturas, mais um
milhão pela internet, estamos vivendo uma nova fase no Brasil - avaliou.
Pedro Simon considera essa nova etapa como representativa do
desejo da sociedade brasileira de dar um basta à corrupção e à impunidade,
invariavelmente sustentada por mecanismos que permitem a políticos corruptos e
detentores de poder econômico valer-se de seus advogados para recorrer nas
diversas instâncias da Justiça brasileira, até que os crimes dos quais são
acusados prescrevam.
- A ministra Rosa Weber disse que a Lei da Ficha Limpa foi
gerada no ventre moralizador da sociedade brasileira, que está a exigir dos três
Poderes um basta. Não sei de uma frase que tenha mais conteúdo, mais
profundidade, mais significado que essa da ministra Rosa Weber, recém-chegada no
supremo. No primeiro voto, votou pela força da magistratura e agora pela
validade da Lei da Ficha Limpa - afirmou o parlamentar, que no fim de 2011
defendeu em Plenário a indicação de Rosa Weber para uma vaga no STF.
O representante pelo Rio Grande do Sul afirmou também em seu
discurso que crê que a presidente da República, Dilma Rousseff, deverá acatar
proposta do corregedor-geral da União, ministro Jorge Hage, para implantar, em
todas as esferas do Executivo, o mesmo princípio da Lei da Ficha Limpa. A ideia,
segundo informou, é que isso seja feito via decreto presidencial.
Simon disse ainda não acreditar que a corrupção no Brasil
seja diferente dos Estados Unidos e de países da Europa. O problema estaria na
impunidade.
Os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Eduardo Suplicy (PT-SP)
apoiaram o discurso de Simon.
Da Redação / Agência
Senado
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