terça-feira, 27 de setembro de 2011

Lula em Paris: "o G20 não fez o que tinha de ser feito"


 Lula criticou hoje os governantes dos 20 países mais ricos do mundo
No início de uma viagem de seis dias que faz à Europa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta segunda-feira os governantes dos 20 países mais ricos do mundo - inclusive o Brasil - na gestão da crise econômica mundial. "O que eu acho é que se deixou de fazer o que tinha que ser feito. O G20 não fez o que tinha que ser feito, que era discutir a regulagem do sistema financeiro, a questão dos bônus", afirmou Lula, em Paris, onde encontrou-se com o presidente Nicolas Sarkozy nesta segunda-feira.
O assunto foi tratado pelos dois durante o encontro, ocorrido no palácio do Eliseu, a sede da presidência francesa - Lula comentou que considerava o líder francês como "amigo". Na visão do petista, os governantes deixaram muito tempo passar antes de começarem a reagir aos números negativos da economia. "Para que a gente elege os governantes? Para eles enfrentarem os problemas. Se não tivéssemos problemas, não precisaríamos de governantes", analisou. "Eu acho que falta um bom entendimento político sobre o que acontecerá se não se resolver a crise rapidamente."
O ex-presidente ainda deu a dica para americanos e europeus: "se a gente transformar os pobres em consumidores, essa crise desaparece", disse Lula, para quem "essa é uma crise de falta de consumo". Ele insistiu para que os líderes europeus não deixem a zona do euro implodir, e qualificou a União Europeia como "quase um patrimônio da humanidade".
Lula veio a Paris para receber, nesta terça-feira, o título de doutor honoris causa pelo Instituto de Estudos Políticos (Sciences Po), uma das instituições mais respeitadas da França. No início da noite desta segunda-feira, quando deixava o hotel onde está hospedado - o prestigioso Lutetia -, o ex-presidente conversou rapidamente com a imprensa.
O petista comparou a crise econômica às revoltas populares para pedir democracia nos países árabes: disse que "tudo que se faz em tempos de paz, custa mais barato". "Era muito mais fácil, por exemplo, o (Muammar) Kadafi ter democratizado a Líbia. Era muito mais fácil o (Hosni) Mubarack ter feito democracia de verdade, e assim sucessivamente."(Portal Terra)

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