terça-feira, 12 de junho de 2012


Ceará é o 15º estado em índice de trabalho infantil, diz MPT

Ceará é o 15º estado em trabalho infantil do Brasil, segundo dados do Ministério Público do Trabalho no Ceará (MPT-CE), com base no censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De um total de 847.465 crianças cearenses, 58.825 entre 10 e 14 anos trabalham. O número equivale a 6,94% das crianças do Ceará, diz o MPT.

Entre as capitais, Fortalezaaparece em 11º no ranking, com 8.519 crianças trabalhando. O número consiste em um percentual de 4,09% de trabalho infantil, índice maior que a média nacional entre as capitais, que é de 3,6%
No Ceará, Fortaleza está em 158º no ranking de trabalho infantil. A cidade deDeputado Irapuan Pinheiro, no interior do Ceará, tem o maior índice percentual de crianças trabalhando. Na cidade, 23,3% das crianças entre 10 e 14 anos trabalham.

Os municípios de Cruzx (20,12%), Caririaçux (19,57%), Quiterianópolisx (19,05%) e Salitre (18,54%), depois de Deputado Irapuan Pinheiro, formam os cinco com maiores índices de trabalho infantil no estado.
Segundo o procurador do Trabalho no Ceará, Antonio de Oliveira, nem todos os casos de trabalho infantil se configura como crime, mas são ilegais. "Depende de como a criança trabalha para ser considerado crime. Quando é abuso, exploração ou trabalho pesado, ele é crime", diz. A lei permite que crianças de 14 anos trabalhem de forma legal na condição de menor aprendiz. De acordo com o procurador, 2% dos cearenses de 14 que trabalham são menores aprendizes.
Guaramiranga aparece em úlitmo no ranking, pois, segundo o levantamento do MPT nenhuma criança trabalha no município.

Capitais
Goiânia, com 6,58% de crianças em trabalho irregular, aparece em primeiro lugar no levantamento. Já o Rio de Janeiro, proporcionalmente, é a capital que apresenta o menor índice de trabalho infantil, 2,36%.

Em números absolutos, São Paulo e Rio de Janeiro apresentam tanto o maior número total quanto a maior quantidade de crianças trabalhando. De 867.351 crianças paulistanas, 30.869 trabalham. Na capital fluminense, 10.989 crianças trabalham de um total de 466.608. Em números brutos, Fortaleza é a terceira capital e número de trabalho infantil. De 208.505 crianças, 8.519 trabalham.

Estados
Rondônia é o estado com maior índice de trabalho infantil, 10,78% de suas crianças em trabalho irregular. Também da região Norte, os estados de Amazonas (9,42%), Pará (9,26%), Roraima (9,03%) e Acre (8,98%) aparecem na sequência.
O estado do Rio de Janeiro é o que aparece com menor percentual de crianças trabalhando, 2,81%. Distrito Federal (3,25% ), São Paulo(3,48%) e Rio Grande do Norte (4,71%) estão na sequência de estados com menor índice de trabalho infantil.

Em números brutos, São Paulo tem o maior número total e a maior quantidade de crianças trabalhando. De 3.325.549 crianças paulistas, 115.683 trabalham. Bahia, com 113 mil crianças em trabalho irregular, está em segundo em números absolutos. Na sequência, aparecem Minas Gerais (96.273), Pará (77.457), Paraná (66.495), Maranhão (60.841) e Rio Grande do Sul (59.778). Também é números brutos, o Ceará aparece em 8º no ranking, com mais de 58 mil crianças nessa situação.

Regiões
No comparativo entre as regiões do Brasil, o Norte é o que apresenta um índice maior de crianças trabalhando, com 159.430 (9,08%) nessa situação. O Nordeste aparece em segundo lugar no ranking, com 396.860 crianças em trabalho irregular, o equivalente a 7,57%. Na sequência, aparecem Sul, com 166.526 (7,27%) crianças trabalhando, e Centro-Oeste, com 79.259 (6,32%) nessa situação.

Em números brutos, o Sudeste é o que apresenta o segundo maior número de crianças em trabalho irregular: 267.324. No entanto, em termos proporcionais, ficou em último lugar no ranking, com índice de 4,04% de trabalho infantil, entre as 6,6 milhões de crianças.

Campanha
Para combater o número considerado alto de crianças trabalhando no Ceará, o Ministério Público do Trabalho no Ceará lançou na terça-feira passada (5) a campanha “Vamos acabar com o trabalho Infantil”.

o Ministério Público do Trabalho destaca que entre 2000 e 2010 o Ceará reduziu o número de crianças trabalhando. De acordo com o MPT, com base em dados do Censo, em 2010 havia 81.650 crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em situação irregular de trabalho no Ceará e de 1.142.437 no Brasil. Segundo dados de 2010, havia 58.825 crianças na mesma faixa etária trabalhando ilegalmente no Ceará e 1.068.568 no Brasil.  Antonio de Oliveira diz ainda que o trabalho infantil é um dos principais fatores que influenciam na evasão escolar.

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