De acordo com dados do Dieese, Fortaleza possui o conjunto de produtos mais caro do Nordeste, que sai por R$ 245,75
O conjunto de produtos essenciais para a alimentação do fortalezense voltou a sofrer reajuste e ficou 2% mais caro em agosto, na comparação com o mês anterior, informou ontem o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com mais esse aumento, que atingiu 19,2% ante igual mês do ano passado, a cesta básica da Capital cearense passou a custar exatos R$ 245,75 - o maior valor entre os estados nordestinos - e já representa aproximadamente 40% do salário mínimo, que atualmente se encontra em R$ 622,00.
Tomate, com alta de 7%, foi um dos itens que influenciaram a evolução da cesta FOTO: WALESKA SANTIAGO
De acordo com os dados do Dieese, em agosto, 11 dos 12 itens que compõem a cesta básica apresentaram alta em Fortaleza. O tomate, por exemplo, subiu 7% e pressionou o valor da cesta mais uma vez.
"Um grande problema que vem acontecendo no Ceará ao longo deste ano é a oferta do tomate na região da Ibiapaba, que representa 95% da produção do Estado e não está dando conta da enorme demanda. A sorte é que, em agosto, houve a entrada de tomates oriundos da Bahia, o que deu para segurar mais um pouco essa elevação", explica a economista do Dieese, Bruna Frazão.
No País, o preço da cesta básica subiu em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. O preço mais alto foi encontrado em Porto Alegre, onde os produtos custaram em média R$ 308,27.
Horas no trabalho
Levando em consideração o salário mínimo de R$ 622,00, os trabalhadores que têm carga horária de 220 horas mensais precisam trabalhar 86 horas e 55 minutos para adquirir uma cesta básica. Em julho, eram necessárias 85 horas e 10 minutas para quitar a cesta, informa o Dieese.
Feira do mês
Segundo Bruna Frazão, uma boa dica para as pessoas reduzirem o impacto dos gastos com a alimentação é evitar a popular feira do mês.
Conforme explica, "quando compra todos os itens de uma vez, o consumidor tende a perder promoções semanais, que são comuns no comércio e abatem o valor de determinados tipos de itens. É preciso, então, estar atento, até porque qualquer economia já ajuda".
Dieese: Mínimo deveria ser R$ 2,5 mil
São Paulo. O salário mínimo do trabalhador no País deveria ter sido de R$ 2.589,78 em agosto, a fim de suprir as necessidades básicas dos brasileiros e de sua família, como constata a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada nesta terça-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 308,27, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o salário mínimo deveria ter sido 4,16 vezes maior do que os atuais R$ 622,00, piso vigente em todo o Brasil.
O valor estimado pelo Dieese em agosto é maior do que o apurado para julho, quando o mínimo necessário fora calculado em R$ 2 519,97, ou 4,05 vezes o mínimo atual. Há um ano, o salário mínimo necessário para suprir as necessidades dos brasileiros fora calculado em R$ 2.278,77, ou 4,18 vezes o mínimo em vigor naquele período, de R$ 545,00.
A instituição informou que o tempo médio de trabalho necessário para que o consumidor que ganha um salário mínimo pudesse adquirir, em agosto deste ano, o conjunto de bens essenciais aumentou duas horas e 15 minutos na comparação com o mês anterior. Também houve alta na comparação com agosto de 2011. (Diário do Nordeste).
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